domingo, novembro 26, 2006

Um dia diferente - 21 de Novembro

Mais um dia completamente surreal. Bem, nem sei por onde começo, mas como tudo é melhor começar pelo principio.

Acordei já tarde, falhei o pequeno-almoço, e só me levantei da cama, porque um dos meus colegas me foi bater na porta do apartamento. Ao ouvir a porta, vesti uns calções, e lá estava o meu colega na porta do meu apartamento. Por detrás dele, desmanchadas em sorrisos um pouco histéricos, estavam as empregadas de limpeza do hotel, que devem ser qualquer coisa como filipinas ou daquelas bandas. Achei um pouco estranho, pois elas olhavam e sorriam, mas depois percebi, não deve ser uma coisa usual uma mulher por estas terras ver o tronco nu de um homem, ou será que estou a ficar assim tão atraente??? Não acredito muito na segunda parte. Mas de qualquer maneira, depois de este episódio, sempre que passo por elas, dão logo um grande sorriso e os seus muito simpáticos bons dias.

Bem, continuando, o dia não ficou por aqui, saímos do hotel e fui tentar ver se a minha credencial já estava pronta, e que para meu espanto, que não era assim tanto, disseram-me que provavelmente estava pronta dentro de duas horas. E para não andar a fazer viagens de ida e volta, deram-me um numero de telefone para qual ligasse, para saber se finalmente tinham a minha acreditação pronta. Escusado será dizer que neste dia acabei por não ter o meu problema resolvido. E afinal eram questões de segurança, pois os meus dados tinham dado entrada no ministério dos negócios estrangeiros e ainda não tinham dado a sua permissão. Coisa que já me estava a assustar, pois já me via na lista negra dos serviços de segurança interna do Qatar. Querem ver que eu tenho cara de espião?

Mas voltando atrás, depois de sair a do centro de acreditações, fomos até ao centro comercial, que era justamente ao lado, e decidimos irmos à procura de uma rent a car. Tínhamos conhecimento de uma que alugavam jipes e assim fomos à procura de um taxí, para lá ir. O táxi foi somente mais uma história digna de um best seller. Fomos à praça de táxis, em frente ao centro comercial, chegamos ao primeiro táxi e perguntamos se nos levava até Musheireb. Uma das zonas mais conhecidas da cidade. E para espanto nosso o taxista nos disse que era novo e só se nós lhe indicasse-mos o caminho. Foi quando nos viramos para o táxi seguinte, que para ainda mais espanto nosso também não sabia onde era. A certa altura, já tínhamos cerca de dez taxistas à nossa volta e nenhum sem saber onde ficava. Então, outro colega meu decidiu simpatizar com um dos taxistas e perguntou-lhe à quanto tempo trabalhava nesta profissão, o que ele respondeu - "À cinco dias". E logo perguntou o meu colega, à quanto tempo ele estava no Qatar e o taxista respondeu que estava cá à duas semanas. Então estava tudo explicado, como é que alguém que está à somente duas semanas em um pais, o pode conhecer ao ponto de ir para taxista?? Surrealismo??? Naaaaaaaa!!!!
Bem, finalmente, com a ajuda de um mapa, nos enfiamos em um dos táxis e fomos dando nós as direcções, até pleno bairro de Musheireb. E lá fomos nós à procura da tal rent a car.
Depois de algum tempo à procura, enfim encontramos, mas para azar nosso, estava fechado para almoço, por isso tivemos que fazer algum tempo até que abrisse. E fomos a um ciber café, onde vendiam computadores, artigos para computador, etc... Tinham zona de ciber e uma espécie de bar onde faziam sandes, hamburgueres, batidos e coisas do tipo. Mas o que nos pareceu, foi estar dentro de uma loja de computadores a comer um hamburguer.
Voltamos à rent a car e perguntamos os preços de aluguer dos carros e vimos que estavam muito caros. Parece que só por haver uma competição asiática nesta cidade, os preços inflacionaram 3oo%. Coisa parva, mas enfim...
Então decidimos voltar ao centro comercial e alugar um carro normal, pela mais que afamada Sixt. Então, por menos de metade do preço, alugamos um belo de um Skoda, com cinco lugares e mudanças automáticas.
Agora sim, com carro as coisas ficam muito mais fáceis, já temos um mais à vontade para nos movimentarmos.
Então decidimos ir de compras, não ao centro comercial, mas sim a uma zona que apelidamos de Faixa de Gaza, que por acaso fica em
Musheireb. Bom, nós chamamos Faixa de Gaza, porque é uma zona muito mais pobre e onde estão todos os emigrantes. É uma zona comercial com um pouco de tudo e outras coisas mais. Existem varias lojas com todo o tipo de bijutarias e aparelhos electrónicos. É onde se encontra uma das lojas que mais gosto, o Doha Fashion, pequena loja onde vendem t-shirts de marca a preços muito baixos. Bem, de marca, como quem diz...

Mas nesse dia, ainda andamos a ver um montão de lojas. Um dos meus colegas andava com a ideia de ver relógios, pois são uma das “relíquias” que mais se encontram à venda na Faixa de Gaza. Então assim que vimos a primeira loja de relogios, este meu colega entrou e perguntou por relógios de marca. O comerciante começou a tirar caixas e caixas com relógios de marcas variadas. Eles eram Rolex, Breitling, Gucci, Tag Heuer, etc... Enfim, uma infinidade de relógios para todos os gostos e feitios, mas que de verdadeiros nem as horas tinham. Depois de alguns valentes minutos, o meu colega se decidiu por comprar um Breitling para ele e mais um Rolex para a mulher. Completada essa compra, continuamos a nossa caminhada de compras e fomos direitos à minha loja de eleição. A Doha Fashion. Mais algumas dezenas de minutos que nos perdemos dentro da loja à procura de t-shirts e outras roupas. Eu comprei logo duas, e os meus colegas também compraram algumas para eles.

Finalmente saímos da loja e o meu colega, que nem uma criança quando recebe um brinquedo, não parava de ver e mexer no seu recem-aquisitado relógio de marca suíça, descobrindo que afinal havia algum tipo de avaria no maravilhoso relógio. E como ainda estava na garantia (sim, porque tinha garantia até sairmos de um raio de1 quilómetro da faixa de Gaza), voltou à loja para fazer a sua reclamação. Conclusão, saiu de lá com outro relógio diferente do que comprou, mas da mesma marca. O que nos valeu um resto de noite a ouvir falar do Breitling.

Visto isto, e já cansados e esfomeados de tantas energias gastas nas compras, decidimos ir jantar e fomos a um restaurante que se chama Ponderosa. Restaurante muito conhecido por todos os meus colegas que já cá estiveram, onde tem um buffet, que por um determinado preço, comemos o que queremos.
Depois de um jantar demasiadamente farto (parece-me que vou sair daqui com uns quilitos a mais), fomos tomar café ao Starbucks, que ficava mesmo ao lado. Foi nesta altura que vimos alguns dos frutos das produção de gás natural. Eram Lexus, Porsches, Corvettes, Mercedes, enfim, uma catrafada de automóveis de sonho, para encher as noites de um ano inteiro, de qualquer amante dos motores.

Findo o jantar e o café, voltamos para o hotel, somente para guardar as nossas coisas e mudar de roupa, pois estavamos desejosos de molhar a garganta com um pouco de alcool.
Fomos ao Palomua, restaurante-bar-discoteca, situado dentro do hotel Intercontinental. Com musica ao vivo. Um tipo inglês (pelo menos me parecia, pelo sotaque) na guitarra e duas moiças nas vozes. Até se esteve ali um bom bocado, principalmente porque este bar, também tinha a minha bebida, Southern Comfort. Mas como serviam muito mal por estas bandas, os meus colegas ao pedirem para mim, pediam logo um duplo. Assim andava lá eu de copo cheio. Depois de uns três duplos e umas conversas animadas a nos recordarmos do que nos tinha acontecido nesse dia, voltamos para o hotel, porque afinal já não temos idade para grandes noitadas....

3 comentários:

Anónimo disse...

ZEBRAAAAAAAAAAAAA SUJAAAAA

Anónimo disse...

Viva o GPS "Digital" - é só seguir com o dedo pelo mapa....

Bordanenko

Anónimo disse...

Ai,ai o Southern Confort já faz história até no Qatar.........continua nas narrações........estou a gostar....agora quero ir tb para a Arábia........

Beijos.
PM